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Mulheres relatam maior esforço e menor prazer no exercício antes da menstruação

A resposta das mulheres ao exercício pode variar conforme o período do ciclo menstrual. É o que mostra um estudo da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (Each/USP). Os pesquisadores avaliaram a resposta psicofisiológica das voluntárias em dois momentos: na fase lútea (pré-menstrual) e na folicular (entre o início da menstruação e a ovulação).
As mulheres foram submetidas a atividades na esteira, por 15 minutos, em intensidade moderada ou severa, com intervalo de 48 horas. As sessões de exercício ocorriam na janela de cinco dias antes e cinco dias depois da menstruação, quando já haviam começado as fases lútea e folicular, respectivamente.
Durante a prática, os cientistas monitoraram as participantes com um analisador dos níveis de oxigênio e gás carbônico, para aferir suas respostas fisiológicas, e com um termômetro, a fim de medir a temperatura basal, que varia durante o ciclo. Já para averiguar a resposta psicológica, usaram um questionário, que incluiu fatores como tensão, ansiedade e prazer relacionados ao exercício.
Além disso, eles mediram a percepção de esforço das voluntárias. Participaram 14 mulheres, todas maiores de idade, com ciclo menstrual regular (de 25 a 33 dias) e praticantes frequentes de exercício.

Exercício e menstruação

Os resultados mostraram respostas psicológicas piores no decorrer da fase lútea. Nesse período que antecede a menstruação, as mulheres apresentaram maior ansiedade, tensão, depressão e hostilidade, bem como menor excitação, afeto e motivação, antes do exercício. Já durante a prática, na intensidade severa, o prazer foi negativo.
A percepção de esforço foi outra medida que as mulheres sentiram mais na fase lútea.

“Resumindo, as participantes sentiam mais esforço e menos prazer fazendo o exercício quando estavam na fase lútea do ciclo menstrual”, diz o pesquisador Raul Cosme Ramos Prado, líder do estudo, ao Jornal da USP.

Ademais, Prado notou que as respostas fisiológicas das participantes, como esforço e reações químicas do corpo, não se alteraram entre as fases. Então, não houve maior esforço fisiológico no exercício, embora a percepção das participantes, na fase lútea, tenha apontado nesse sentido.

Resultados confiáveis

O pesquisador explica que as respostas psicológicas podem estar promovendo essas alterações. Afinal, elas têm uma forte relação com a permanência na prática de exercício por mais tempo.

“Nossos resultados sugerem que há a necessidade de os profissionais se atentarem ao monitoramento do ciclo menstrual e considerarem as autopercepções das mulheres e suas particularidades durante o programa de treinamento. Com isso, o condicionamento físico de cada uma poderá ser melhorado em virtude também de sua permanência por mais tempo no exercício”, afirma.

Ainda de acordo com Prado, os resultados do estudo são confiáveis, para mulheres com essas características, apesar do número pequeno de voluntárias.
Os achados da pesquisa foram publicados em artigo na revista Physiology & Behavior.

Cursos de Fisiologia

Fisiologia (do grego physis = natureza e logos = estudo) é “o estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, bem como dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios”, de acordo com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Por isso, o conhecimento de Fisiologia é fundamental na Medicina Esportiva.
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