O consumo de noz-pecã melhora os lipídios do sangue em jejum e após as refeições, bem como os níveis de glicose depois da alimentação em adultos com risco de doença cardiovascular. A constatação é de um estudo do Departamento de Ciências Nutricionais da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, publicado em outubro no periódico The Journal of Nutrition.
Pesquisas indicam que o consumo regular de nozes, como amêndoas e pistache, tem efeito cardioprotetor. Poucos estudos, no entanto, examinaram o impacto do consumo de noz-pecã no risco de doenças crônicas em adultos.
Essa lacuna motivou os pesquisadores Jamie Cooper, Liana Guarneiri e Chad Paton a examinar o efeito da ingestão diária do alimento nos lipídios e marcadores de glicose no sangue em adultos com risco de doença cardiovascular. Os cientistas convocaram 56 voluntários, todos com índice da massa corporal (IMC) maior ou igual a 28 kg/m2 ou hipercolesterolemia (taxas elevadas de colesterol no sangue).
Eles foram divididos em três grupos:
- Um controle, que não consumiu nenhum tipo de noz;
- O chamado ADD, que comeu 68 gramas de noz-pecã por dia, como parte de sua dieta livre, sem instruções adicionais; e
- O SUB, que recebeu a orientação de substituir a mesma quantidade do produto por alimentos isocalóricos de sua dieta.
No início do estudo e após oito semanas, os participantes receberam uma refeição rica em gordura. Em seguida, houve coletas de sangue periódicas por 4 horas, a fim de determinar as mudanças nos lipídios do sangue e na glicemia.
Conclusões do estudo
O consumo de noz-pecã reduziu o colesterol total, em jejum, em 4,7% e 4,9%, e o colesterol LDL (“ruim”), em 9,5% e 6,4%, respectivamente, nos grupos ADD e SUB.
Para Kathy Beerman, professora da Escola de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Washington (EUA), os achados são clinicamente significativos. Isso porque, segundo ela, a diminuição de 1% no colesterol LDL está associada à redução de 1,2% a 2% no risco de doença arterial coronariana.
Kathy também afirma que a redução semelhante de lipídios no sangue, nos dois grupos de nozes, é uma descoberta significativa.
“Indica que instruções de substituição dietética não são necessárias quando se recomenda o consumo diário de noz-pecã” para adultos com níveis elevados de lipídios do sangue”, avalia a professora, em artigo para a Sociedade Americana de Nutrição.
Ela acrescenta outra revelação importante do estudo: os triglicerídeos pós-refeição e os níveis de glicose também foram suprimidos após oito semanas de consumo de noz-pecã.
Mais três benefícios do consumo de noz-pecã
Também chamada de noz-americana, a noz-pecã – ou simplesmente pecã – tem origem na América do Norte. Trata-se de um fruto de casca dura e lisa, em que a parte comestível é a semente, mais comprida que a da noz tradicional. Seu sabor é doce e levemente amanteigado.
Além dos benefícios descobertos pelos pesquisadores da Universidade da Geórgia, há outras vantagens no consumo de noz-pecã. Confira três delas, listadas pela Wickbold:
- Do total de gorduras encontradas na noz-pecã, 87% são aquelas consideradas “boas”, ou seja, as mono e poli-insaturada. Elas ajudam no equilíbrio de gorduras no sangue, protegendo o coração.
- A noz-pecã é fonte de minerais, como o magnésio e o fósforo, importantes para a saúde óssea e dental, e zinco, essencial para o sistema de defesa do corpo.
- O alimento é rico em antioxidantes, a exemplo do selênio. Essa substância pode auxiliar na prevenção do envelhecimento precoce das células, além de fortalecer as defesas do organismo, prevenindo gripes e resfriados.
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