Estudo mostra que as pessoas que concentram exercícios vigorosos em um ou dois dias, os chamados “atletas de fim de semana”, têm quase os mesmos ganhos de saúde que os praticantes mais regulares.
Com a agitação do dia a dia, muitas pessoas encontram dificuldade para manter uma prática regular de atividade física. É assim que nascem os chamados “atletas de fim de semana”, ou seja, aquelas pessoas que concentram os exercícios mais intensos em um ou dois dias da semana, em geral aos sábados e domingos.
No campo científico, a Medicina Esportiva trabalha com as mais recentes diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendam a prática de 150 a 300 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana. No entanto, ainda não estava claro para a ciência se o exercício concentrado pode fornecer os mesmos benefícios que a atividade distribuída de maneira mais uniforme.
Tirar essa dúvida foi o objetivo de um grupo de pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Os cientistas divulgaram os resultados do estudo, o maior já realizado para elucidar a questão, no periódico Jama.
A investigação constatou que o exercício para “atletas de fim de semana” reduziu os riscos de doenças cardíacas e derrame de maneira semelhante a uma prática mais regular.
Inativos, ‘atletas de fim de semana’ e ativos regulares
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 89.573 indivíduos cadastrados no UK Biobank. Trata-se de um estudo de coorte em larga escala com informações biológicas, comportamentais e de saúde detalhadas de mais de 360 mil adultos britânicos.
Os participantes usavam acelerômetros de pulso que registravam sua atividade física total, assim como o tempo gasto em diferentes intensidades durante uma semana inteira. Eles foram categorizados do seguinte modo, conforme o tempo de movimentação:
- 33,7% por cento eram inativos (faziam menos de 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana);
- 42,2% eram atletas ativos de fim de semana (no mínimo 150 minutos, com pelo menos metade do tempo em um ou dois dias);
- 24% eram ativos regulares (pelo menos 150 minutos, com a maioria dos exercícios distribuída por vários dias).
Atividade física para melhores resultados cardiovasculares
Após ajustes, ambos os padrões de atividade física foram associados a riscos igualmente menores de:
- Ataque cardíaco (riscos 27% e 35% menores para atletas ativos de fim de semana e ativos regulares, respectivamente, em comparação com inativos);
- Insuficiência cardíaca (riscos 38% e 36% menores);
- Fibrilação atrial (riscos 22% e 19% menores);
- Acidente vascular cerebral (riscos 21% e 17% menores).
“Nossas descobertas sugerem que as intervenções para aumentar a atividade física, mesmo quando concentradas em um ou dois dias por semana, podem melhorar os resultados cardiovasculares”, comenta Patrick T. Ellinor, autor sênior do estudo, em depoimento publicado no site da Universidade de Harvard.
O próximo passo de Ellinor e colegas é avaliar se o padrão de atividade física dos “atletas de fim de semana” também está associado à redução do risco de um espectro mais amplo de doenças.
Médico do esporte também é para ‘atletas de fim de semana’
O médico do esporte é o profissional especializado no tratamento e na prevenção de doenças e lesões, a fim de ajudar o paciente a alcançar o seu melhor e levar um estilo de vida mais saudável. Além disso, o especialista em Medicina do Exercício e do Esporte pode fornecer assistência médica abrangente para atletas, equipes esportivas ou indivíduos ativos fisicamente.
A definição acima é da Sociedade Americana de Medicina Esportiva (AMSSM, em inglês), conforme destacamos em um artigo sobre os conceitos básicos dessa especialidade médica. Numa publicação voltada ao público leigo, a AMSSM ainda afirma que os “atletas de fim de semana” estão entre os pacientes do médico do esporte:
“Médicos do esporte são ideais para não atletas, bem como são excelentes recursos para o indivíduo que deseja se tornar ativo ou iniciar um programa de exercícios. Para o ‘atleta de fim de semana’ ou o ‘atleta industrial’ que sofre uma lesão, a mesma experiência usada para o atleta competitivo pode ser aplicada para devolver o indivíduo o mais rápido possível à plena função.”
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