Apesar do nome, a vitamina D, na verdade, é um hormônio secosteroide com diversas funções no organismo.
A substância tem importante papel no desempenho esportivo, uma vez que facilita a absorção de cálcio pelo corpo, proporcionando ao atleta maior força muscular. Da mesma forma, melhora a proliferação da célula muscular e facilita a recuperação do tecido do músculo após o treino.
Agora, pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da University College London (UCL), no Reino Unido, comprovaram que a vitamina D também reduz o risco de dinapenia, que é a perda de força muscular associada ao envelhecimento. Em investigação conjunta, os cientistas acompanharam 3.205 britânicos com mais de 50 anos que integram o Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento (Elsa, na sigla em inglês). O trabalho durou quatro anos, e os resultados estão em artigo no periódico Calcified Tissue International and Musculoskeletal Research.
No início do estudo, nenhum indivíduo selecionado apresentava dinapenia – ou seja, todos os homens tinham força neuromuscular maior ou igual a 26 kg, e todas as mulheres, a 16 kg. Essa perda de força, que pode ser explicada parcialmente pela atrofia muscular, é considerada fator de risco para a incapacidade física no envelhecimento. Idosos com fraqueza muscular têm maior incidência de quedas, bem como de hospitalização, institucionalização precoce e óbito prematuro.
De acordo com Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e orientador da pesquisa, os tecidos ósseo e muscular são interconectados mecânica, física e bioquimicamente. Por esse motivo, distúrbios endócrinos, como deficiência e insuficiência de vitamina D, favorecem não apenas a perda de densidade mineral óssea, como também a diminuição de massa, força e função musculares.
“Já era esperado que a vitamina D provocasse alguma alteração muscular, e foi exatamente isso que o nosso estudo comprovou”, diz Alexandre, em depoimento à Agência Fapesp.
Carência de vitamina D aumenta em quase 80% risco de dinapenia
Os pesquisadores constataram que, em comparação com indivíduos que tinham níveis normais de vitamina D no sangue (mais de 50 nmol/L), aqueles com deficiência da substância (menos de 30 nmol/L) no início do estudo apresentaram, ao final dos quatro anos de acompanhamento, 70% mais risco de desenvolver dinapenia. O índice foi ainda maior – 78% – quando se excluíram da análise pessoas com osteoporose e que faziam suplementação de vitamina D.
Já os indivíduos com insuficiência do hormônio (nível sanguíneo entre 30 e 50 nmol/L) apresentaram 77% mais perigo de desenvolver fraqueza muscular ao final do período de acompanhamento, quando comparados àqueles que tinham níveis normais. Para Alexandre, esse resultado comprova a importância da reposição de vitamina D, quando necessário, já que tanto que a deficiência quanto a insuficiência da substância elevam o risco de dinapenia.
“A incidência solar no Brasil é muito maior do que na Grã-Bretanha, mas o fato é que também temos uma alta incidência de deficiência e insuficiência de vitamina D no Brasil e no mundo, principalmente entre os indivíduos mais velhos”, observa.
Para reverter esse quadro, ainda de acordo com o pesquisador, a população precisa se expor mais ao sol. Além disso, deve seguir uma dieta com alimentos ricos em vitamina D, ou fazer suplementação da substância. Por fim, para manter a força muscular, a recomendação é praticar exercício resistido.
Estude Endocrinologia Esportiva no Instituto HZM
Conforme explica a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), o endocrinologista é responsável por diagnosticar e tratar doenças relacionadas com os hormônios e o metabolismo, como diabetes e obesidade. Esse males, muito prevalentes na população brasileira, podem incluir no tratamento a prescrição médica de exercícios, uma vez que estão relacionados ao sedentarismo e à falta de atividade física.
“O exercício pode ser usado como ferramenta para tratar doenças endócrinas ou, de uma forma mais próxima à Medicina do Esporte, com pessoas em busca de melhor desempenho”, comenta o médico Ricardo Oliveira, referência em Endocrinologia Esportiva no Brasil e professor das pós-graduações em Medicina do Exercício e do Esporte e em Nutrologia Esportiva do Instituto HZM.
Antes um módulo desses dois cursos, agora a Endocrinologia Esportiva ganha uma pós-graduação somente sua. O programa do Curso de Especialização em Endocrinologia Esportiva do Instituto HZM incluirá o estudo das doenças mencionadas acima e também de tireoide, metabolismo ósseo, síndrome metabólica e dislipidemias, entre muitos outros assuntos.
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